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Kering tropeça na Ásia

Kering tropeça na Ásia
Num breve comunicado publicado no seu website, o Kering indica que neste primeiro semestre, que “esperava que fosse desafiante”, o volume de negócios no primeiro trimestre de 2024 “deve cair aproximadamente 10% em termos comparáveis”.

Segundo o grupo francês, que deverá apresentar as contas finais destes primeiros três meses até 23 de abril, “esta performance reflete sobretudo uma queda mais acentuada das vendas da Gucci, na região da Ásia-Pacífico”, acrescentando que as vendas da marca deverão baixar quase 20% em comparação com mesmo trimestre do ano passado.
O anúncio fez com que as ações do Kering caíssem, devendo, segundo a Reuters, as ações do grupo caíram cerca de 15% num único dia, o que equivale a uma descida de 7,9 mil milhões de euros da sua capitalização na Bolsa de Valores.

A Reuters indica que isso indica o desafio que o Kering enfrenta, numa altura em que procura revitalizar a dinâmica de vendas na Gucci, que representa metade das vendas do grupo e 2/3 do lucro, ao mesmo tempo que procura ultrapassar os desafios em mercados importantes, sobretudo na China”
.

A marca está renovando a sua proposta de design, sob a direção criativa de Sabato de Sarno, procurando ganhar o terreno perdido nos últimos anos para as rivais Louis Vuitton e Dior.
A nova coleção chegará às lojas e, segundo o Kering, “ com uma receptividade muito favorável”. James Grzinic, analista da Jefferies, banco de investimento, refere, no entanto, que a atualização dos resultados é um sinal de que produtos mais clássicos e próximos da herança da Gucci, como as carteiras em pele, não estão tendo boa acolhida pelos consumidores. A receptividade dos novos modelos, que representarão provavelmente menos de 5% da oferta atual, “é anulada por esse forte vento contrário”, aponta o analista.

Os analistas da Bernstein Correta, por outro lado, realçaram, recentemente, que o desfile de De Sarno, em Milão, em fevereiro, o seu terceiro, gerou uma reação “globalmente positiva” por parte da indústria e das redes sociais. Mas ainda não se sabe se os chineses vão aceitar o “luxo silencioso do Sabato de Sarno”, afirma Luca Solca, analista da Bernstein.
A atualização do Kering pode ser igualmente um aviso para o setor do luxo, referem os analistas. O banco Citi considera que se trata de “um sinal bastante preocupante” e a consultora Bain destaca o abrandamento do mercado chinês, antecipando que o mercado de luxo do país cresça apenas a um dígito, depois da subida de 12%, em 2023.

O Barclays, por seu lado, prevê que o crescimento das empresas de luxo de topo seja de 5% este ano, em comparação com quase 9% no ano passado – um abrandamento provocado pela maior frugalidade dos consumidores mais jovens diante ao aumento dos custos.

Fonte: Portal Portugal Textil
Foto: ©Gucci
 
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