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Moda e Direitos Humanos: Pacto Global da ONU - Desafios para o setor têxtil

Moda e Direitos Humanos: Pacto Global da ONU - Desafios para o setor têxtil
O Pacto Global da ONU - Rede Brasil acaba de lançar o Grupo de Trabalho (GT) em Direitos Humanos para o setor de Moda Têxtil, que tem o objetivo de engajar as empresas para que trabalhem coletivamente e de forma colaborativa para enfrentar os desafios em direitos humanos no segmento. A iniciativa, foi apresentada durante o Fórum Ambição 2030, e tem co-liderança da Live! e do Grupo Malwee, e apoio da Riachuelo.

 “O GT buscará mapear os cenários comuns de promoção de direitos humanos, as características de um programa de direitos humanos efetivo e um conjunto de ferramentas para promover ações para oferecer às empresas e à cadeia de fornecimento. Em um setor como o têxtil, bastante estratégico para o Brasil, onde encontramos todos os elos da cadeia de produção presentes aqui, desde a plantação da matéria prima, o algodão, até a confecção final e venda do produto, existem vários desafios de direitos humanos que precisam ser ultrapassados, em vários elos da cadeia de fornecimento”, explica Camila Valverde, COO do Pacto Global da ONU - Rede Brasil e diretora de Impacto. 

Cadeia produtiva do setor têxtil
Os trabalhos do GT serão realizados ao longo de 18 meses e incluem: engajar empresas e organizações do setor têxtil e moda a partir de encontros setoriais promovidos pelo Pacto Global; desenvolver pesquisa para mapear oportunidades e desafios do setor têxtil e moda em relação à pauta de empresas e direitos humanos; produzir relatório analítico com os principais dados e boas práticas; e desenvolver metodologia setorial de devida diligência em direitos humanos.

O setor têxtil e de moda possui uma cadeia produtiva que é responsável por milhões de oportunidades de trabalho, inclusive para mulheres e jovens, mas as condições nas quais o trabalho é exercido nem sempre garantem a autonomia econômica e, muitas vezes, é realizado de maneira informal. Segundo dados do Observatório Têxtil do CENESTAP (Centro de Estudos Têxteis Aplicados), a regionalização do trabalho das confecções, por exemplo, é um fenômeno a ser observado. Com custos de mão de obra 30 a 40% mais baixos do que em outras regiões do país, há uma tendência de muitas empresas de deslocarem ou expandirem para o Norte e Nordeste do país.

Outra tendência apontada no estudo tem sido distanciar as atividades do ambiente formal, já que uma vez fora da empresa, o trabalho também se afasta do alcance da fiscalização do trabalho. Nesse nicho, empresas e trabalhadores dos terceiros e quartos níveis, ou ainda mais adiante, são os elos mais demandados para a redução de custos e aumento da produtividade. Segundo Tayná Leite, gerente executivo de Direitos Humanos e Trabalho do Pacto Global da ONU - Rede Brasil, “o desafio de endereçar os temas de direitos humanos não é de uma empresa, de uma organização ou de um órgão de governo. Temos que pensar coletivamente, desenvolver estratégias e trabalhar em conjunto, de forma colaborativa e criativa, para ultrapassar os desafios de direitos humanos no setor têxtil e de moda”.

Este é o quarto grupo setorial de Direitos Humanos criado pelo Pacto Global. No ano passado foram criados os do setor Elétrico e Energético, de Negócios Oceânicos e do Mercado Financeiro. Os GTs fazem parte da Plataforma de Ação pelos Direitos Humanos do Pacto Global, que apoia as organizações em suas jornadas de sustentabilidade e, mais especificamente, em suas ações estratégicas pautadas na agenda de direitos humanos. A plataforma faz parte da Aliança pelos Direitos Humanos e Empresas (ADHE), lançada pelo Pacto Global em 2023, com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), por meio do projeto de Conduta Empresarial Responsável na América Latina e Caribe (CERALC), do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).


Fonte: Assessoria
Fotos: @unsplash


 
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