‘X-odus’: Bluesky bate 19 milhões de membros herdando descontentes com X de Musk após eleição de Trump
Em meio à polêmica do insulto da primeira-dama do Brasil a Elon Musk, o bilionário que pagou US$ 44 bilhões há dois anos para comprar o então Twitter pode ter motivos mais concretos para se preocupar com o futuro do agora X do que a desaprovação de Janja: o movimento que ganhou o nome de X-odus e “levantou a bola” para a rede Bluesky.
Após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA, ajudada por Musk, uma sequência de veículos de imprensa como o jornal The Guardian, jornalistas e celebridades do mundo artístico anunciaram que deixariam de postar no X ou fechariam suas contas e passariam a falar pela Bluesky.
Ela não é a única a abrigar os descontentes com discurso de ódio, polarização e com a ligação de Elon Musk com o futuro presidente dos EUA. Threads (da Meta), Mastodon e Discord também ganharam seguidores. Mas a Bluesky está emergindo como a principal herdeira do legado, tendo anunciado a marca de 19 milhões de membros.
O que é a Bluesky
A história da Bluesky mistura-se com a do X. Ela foi criada em 2019 como um projeto interno de código aberto do então CEO do Twitter Jack Dorsey. Somente convidados podiam abrir contas.
Usando uma borboleta azul como símbolo – talvez referência ao pássaro azul do Twitter – a Bluesky acena com a oportunidade de os usuários moderarem o algoritmo que determina o tipo de conteúdo visto, e criar feeds personalizados com base em seus interesses.
Ele também permite que os usuários tenham endereços de sites como seus identificadores, o que pode servir como uma ferramenta de verificação para jornalistas e figuras públicas, já que eles podem usar o site de uma empresa em seus identificadores.
Em 2021 tornou-se uma empresa independente, e hoje tem a engenheira de softwar Jay Graber de 33 anos, como CEO e principal acionista. Tecnicamente, a empresa tem um dono, assim como Musk é dono do X.
CEO da Bluesky celebra resultados do X-odus
Neste domingo (17), Graber anunciou em sua conta que o número de usuários havia passado de 19 milhões, com crescimento de 1 milhão por dia.
É a promessa que Elon Musk não conseguiu cumprir, optando por um caminho baseado na defesa incondicional da liberdade de expressão – mesmo quando isso significou reabrir contas de teóricos da conspiração notórios e criminosos condenados ou respondendo a processos por crimes de ódio.
Ainda que algumas personalidades tenham se desligado do Twitter, que em 2022 foi rebatizado de X para ficar com o mesmo nome das demais empresas do bilionário, o X-exodus não aconteceu da forma como alguns apostavam no início, e as coisas pareciam ter se acomodado.
Mas isso mudou em 5 de novembro, quando o resultado das urnas foi anunciado nos EUA.
De acordo com a Similarweb, uma ferramenta de análise online, o X teve pico de desativações em todo o mundo nesse dia, com 115 mil exclusões, a maioria do Reino Unido e dos EUA.
O recorde anterior era de dezembro de 2023, depois que Musk restaurou o teórico da conspiração Alex Jones à plataforma, com cerca de 65 mil usuários excluindo suas contas, segundo a Similarweb.
Mas não são apenas as desativações. Vários descontentes estão praticando o X-odus apenas deixando de postar, mas mantendo lá suas contas, talvez esperando que um dia a rede social volte a ser o que era – a mais importante para jornalismo e política.
O jornal britânico The Guardian justificou a decisão de parar de postar sob o argumento de que Musk ‘molda’ discurso público com ‘conteúdo perturbador’
O X-exodus inclui celebridades agindo de forma individual, como a atriz Jamie Lee Curtis, o âncora americano Don Lemon e o escritor Stephen King, e também grupos unidos contra o que o X se transformou.
No Reino Unido, um grupo de jornalistas políticos, incluindo alguns correspondentes estrangeiros, informou em carta aberta que estava deixando a plataforma.
Os argumentos não variam muito. King – que optou pela Threads e não pela Bluesky – escreveu em seu post de despedida:
“Estou saindo do Twitter. Tentei ficar, mas a atmosfera se tornou muito tóxica.
Ainda é cedo, entretanto, para dizer se a Bluesky vai chegar ao patamar de assinantes das grandes redes, incluindo o próprio X, que diz ter mais de 300 milhões, e de se comemorar as consequências do X-odus.
Analistas apontam o risco de a plataforma de Elon Musk se tornar uma concentração de usuários alinhados à ideologias da direita, eliminando o debate de ideias diferentes e criando uma câmara de eco.
Outra preocupação é com o surgimento de comunidades formadas em torno de interesses específicos dentro de redes menos controladas, como a Discord, alimentando a polarização.
Fonte: MediaTalks
Após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA, ajudada por Musk, uma sequência de veículos de imprensa como o jornal The Guardian, jornalistas e celebridades do mundo artístico anunciaram que deixariam de postar no X ou fechariam suas contas e passariam a falar pela Bluesky.
Ela não é a única a abrigar os descontentes com discurso de ódio, polarização e com a ligação de Elon Musk com o futuro presidente dos EUA. Threads (da Meta), Mastodon e Discord também ganharam seguidores. Mas a Bluesky está emergindo como a principal herdeira do legado, tendo anunciado a marca de 19 milhões de membros.
O que é a Bluesky
A história da Bluesky mistura-se com a do X. Ela foi criada em 2019 como um projeto interno de código aberto do então CEO do Twitter Jack Dorsey. Somente convidados podiam abrir contas.
Usando uma borboleta azul como símbolo – talvez referência ao pássaro azul do Twitter – a Bluesky acena com a oportunidade de os usuários moderarem o algoritmo que determina o tipo de conteúdo visto, e criar feeds personalizados com base em seus interesses.
Ele também permite que os usuários tenham endereços de sites como seus identificadores, o que pode servir como uma ferramenta de verificação para jornalistas e figuras públicas, já que eles podem usar o site de uma empresa em seus identificadores.
Em 2021 tornou-se uma empresa independente, e hoje tem a engenheira de softwar Jay Graber de 33 anos, como CEO e principal acionista. Tecnicamente, a empresa tem um dono, assim como Musk é dono do X.
CEO da Bluesky celebra resultados do X-odus
Neste domingo (17), Graber anunciou em sua conta que o número de usuários havia passado de 19 milhões, com crescimento de 1 milhão por dia.
É a promessa que Elon Musk não conseguiu cumprir, optando por um caminho baseado na defesa incondicional da liberdade de expressão – mesmo quando isso significou reabrir contas de teóricos da conspiração notórios e criminosos condenados ou respondendo a processos por crimes de ódio.
Ainda que algumas personalidades tenham se desligado do Twitter, que em 2022 foi rebatizado de X para ficar com o mesmo nome das demais empresas do bilionário, o X-exodus não aconteceu da forma como alguns apostavam no início, e as coisas pareciam ter se acomodado.
Mas isso mudou em 5 de novembro, quando o resultado das urnas foi anunciado nos EUA.
De acordo com a Similarweb, uma ferramenta de análise online, o X teve pico de desativações em todo o mundo nesse dia, com 115 mil exclusões, a maioria do Reino Unido e dos EUA.
O recorde anterior era de dezembro de 2023, depois que Musk restaurou o teórico da conspiração Alex Jones à plataforma, com cerca de 65 mil usuários excluindo suas contas, segundo a Similarweb.
Mas não são apenas as desativações. Vários descontentes estão praticando o X-odus apenas deixando de postar, mas mantendo lá suas contas, talvez esperando que um dia a rede social volte a ser o que era – a mais importante para jornalismo e política.
O jornal britânico The Guardian justificou a decisão de parar de postar sob o argumento de que Musk ‘molda’ discurso público com ‘conteúdo perturbador’
O X-exodus inclui celebridades agindo de forma individual, como a atriz Jamie Lee Curtis, o âncora americano Don Lemon e o escritor Stephen King, e também grupos unidos contra o que o X se transformou.
No Reino Unido, um grupo de jornalistas políticos, incluindo alguns correspondentes estrangeiros, informou em carta aberta que estava deixando a plataforma.
Os argumentos não variam muito. King – que optou pela Threads e não pela Bluesky – escreveu em seu post de despedida:
“Estou saindo do Twitter. Tentei ficar, mas a atmosfera se tornou muito tóxica.
Ainda é cedo, entretanto, para dizer se a Bluesky vai chegar ao patamar de assinantes das grandes redes, incluindo o próprio X, que diz ter mais de 300 milhões, e de se comemorar as consequências do X-odus.
Analistas apontam o risco de a plataforma de Elon Musk se tornar uma concentração de usuários alinhados à ideologias da direita, eliminando o debate de ideias diferentes e criando uma câmara de eco.
Outra preocupação é com o surgimento de comunidades formadas em torno de interesses específicos dentro de redes menos controladas, como a Discord, alimentando a polarização.
Fonte: MediaTalks