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Fios de seda limpam efluentes

Fios de seda limpam efluentes
Investigadores da Universidade de Cornell, nos EUA, desenvolveram uma forma mais sustentável de remover corantes e óleo de cursos de água com a utilização de fios de seda descartados.

O método baseia-se na utilização de fios de seda descartados para absorver corantes e óleos presentes na água, oferecendo uma solução dupla para os problemas de poluição hídrica e desperdício têxtil.

A equipE, liderada por Larissa Shepherd, demonstrou que fios de seda retirados de tecidos têm uma surpreendente capacidade de absorção de corante azul de metileno, um poluente comum na indústria têxtil. Estes fios mostraram-se mais eficazes do que outros formatos de seda testados.

Os estudos demonstraram que apenas 12 miligramas de fio de seda conseguem remover 90% do corante azul de metileno em 10 minutos, para concentrações até 100 partes por milhão. Além disso, os fios podem ser reutilizados até 10 vezes com perda mínima de eficácia, tornando o processo economicamente viável e sustentável.

“Ao desfazer o tecido até à fase de fio, estamos a criar uma área de superfície maior e isso melhora a absorção”, explica Hansadi Jayamaha, estudante de doutoramento na área da ciência das fibras, que também contribuiu para o estudo, juntamente com a estudante Isabel Schorn.
A equipE testou igualmente a capacidade de absorção de óleo, verificando que tecidos de Noil – que contêm fios de seda de fibras curtas – podem absorver até três vezes o seu peso em óleo de milho e quase o dobro em gasolina.

Ao contrário de outros processos que envolvem regeneração de seda com químicos agressivos, esta técnica utiliza apenas a seda no seu estado natural, após o desmantelamento dos tecidos para recuperar os fios.

                                                                

“Percebemos que podemos resolver dois problemas com o mesmo desenvolvimento: podemos livrar-nos dos resíduos têxteis, que são um grande problema na indústria têxtil em geral e depois percebemos que [os fios de seda] são muito bons a absorver, só por causa das suas propriedades estruturais naturais”, aponta Larissa Shepherd.

As investigadoras preveem o desenvolvimento de “almofadas” com fios de seda descartados, ideais para absorver derrames de óleos e corantes industriais. Esta inovação pode ser especialmente útil na mitigação de danos ambientais causados pela libertação acidental de corantes, como o azul de metileno, que pode contaminar solos agrícolas e cursos de água.

Fonte: Portal Portugal Têxtil
 
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