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Com que roupa eu vou? E se o Carnaval estimulasse a moda circular?

Com que roupa eu vou? E se o Carnaval estimulasse a moda circular?
Assim como roupas para festas de gala, as fantasias de carnaval são itens usados poucas vezes ao ano, em sua maioria apenas durante o período festivo. Essa característica pode facilitar a implementação da moda circular para essas peças, evitando os resíduos e reduzindo o impacto climático da produção e descarte desenfreados.

Segundo o estudo "Modelos de negócios circulares: redefinindo o crescimento para um setor de moda próspero", desenvolvido pela Fundação Ellen MacArthur em 2021, nas últimas décadas, a produção da indústria da moda cresceu, ao mesmo tempo em que as margens de lucro diminuíram e o impacto no meio ambiente aumentou. A moda circular é uma oportunidade de manter a vitalidade do negócio com menor impacto possível ao planeta. Estima-se que até 2030, os negócios de moda alinhados aos princípios da economia circular alcancem a marca de USD 700 bilhões, representando 23% do mercado global de moda.

Para, Victoria Almeida, gerente da Rede de Empresas da Fundação Ellen MacArthur na América Latina, o período carnavalesco pode levar a uma produção excessiva de peças que serão descartadas com maior facilidade do que as roupas comuns em função do breve período de uso e dos materiais empregados nas fantasias, que têm uma baixa durabilidade. A combinação de design e modelos de negócio circulares para fantasias e adereços poderia revolucionar o Carnaval, evitando os resíduos e gerando novos fluxos de receita. Para serem circulares, as peças precisam ser feitas com materiais duráveis, para resistir a muitos ciclos de uso, de maneira que possam ser desmontadas para criar peças, e com materiais seguros. Algumas fantasias, em si, já têm caráter atemporal, o que facilita os modelos de aluguel.

Mas, outros modelos também poderiam incentivar a circulação das fantasias, como a revenda, a restauração e a remanufatura. A moda também oferece oportunidades que vão além do produto físico: hoje já é possível criar e vestir as pessoas com peças de roupas digitais que podem ser aplicadas, por exemplo, para a criação de publicidade e compartilhamento nas redes sociais.

Fonte: Assessoria
Foto: Unsplash

 
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